A mãe do recém-nascido abandonado dentro de uma sacola de papel, em uma rua de Cariacica, na sexta-feira (7), sofre de transtorno psicológico e é considerada incapaz pela Justiça desde 2003, segundo a Polícia Civil, que investiga o caso. Ela teve o bebê sozinha, dentro de um cemitério do município, e não vai ser presa.
O bebê foi abandonado vestindo apenas um cueiro, dentro de uma sacola de papel. Segundo os médicos que o atenderam, o cordão umbilical tinha sido cortado poucas horas antes. Benjamin — como agora é chamado — está internado no Hospital Infantil de Vitória.
O delegado Lorenzo Pazolini explicou que a mãe da criança é uma mulher de 38 anos que já foi interditada pela Justiça por ser considerada incapaz. “Essa criança é fruto de um estupro. Ela [a mãe] é uma cidadã absolutamente incapaz. Desde fevereiro de 2003 ela já havia sido interditada pelo poder Judiciário”, explicou.
Em depoimento à polícia, a mulher contou que costumava ir ao cemitério do bairro Oriente, em Cariacica, para visitar o túmulo do pai. Lá, sentiu contrações e teve o bebê sozinha. Ela contou que achou que a criança estava morta e, por isso, a abandonou.
“Ela pegou uma sacola, colocou a criança e deixou ao lado de uma calçada. Só na manhã do dia seguinte ela retornou para casa, na Serra”, contou o delegado. Ainda de acordo com a polícia, a mãe da criança tem outros dois filhos, de 17 e 18 anos, que moram fora do Estado.
Ela foi encontrada após a polícia levantar informações no bairro Oriente, com auxílio de câmeras de segurança e de denúncia anônima. O delegado explicou que, devido às condições da mãe, ela não será responsabilizada pelo crime.
“Pelo fato de ser absolutamente incapaz, não foi realizada prisão. Vamos juntar provas materiais, já foi colhido material genético para comprovar que ela é a mãe. A partir daí, o procedimento será encaminhado ao Poder Judiciário e ela será submetida a uma medida de segurança”, explicou.
Já o bebê, quando receber alta, vai ser acolhido até ser adotado por uma família que já esteja regularmente inscrita no programa de adoção.
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